Por que eu creio na presença real de Cristo na Eucaristia

14/11/2022


O epítome VII da fórmula de concórdia introduz as sentenças da verdadeira doutrina confessada pela igreja com as seguintes palavras: "Cremos, ensinamos e confessamos que, na santa ceia, o corpo e o sangue de Cristo estão verdadeira e essencialmente presentes e são verdadeiramente distribuídos e recebidos com o pão e o vinho. E confessamos que as palavras do testamento de Cristo não devem ser entendidas de nenhuma outra maneira senão em seu sentido literal, de tal forma que em virtude da união sacramental, o pão e o vinho são, verdadeiramente, o corpo e o sangue de Cristo"

Essas palavras podem parecer exóticas para muitos protestantes modernos, mas expressam a conformidade da fé evangélica com a igreja antiga, a qual em sua doutrina e liturgia enfatizava a presença real e substancial do Senhor no pão e no vinho. Com efeito, hei de tratar, no presente artigo, sobre esse assunto, que é muito caro para mim, a saber, o sacrossanto sacramento da eucaristia, com uma apologia bíblica e confessional da doutrina da união sacramental, expondo os motivos pelos quais eu defendo a presença real de Jesus na santa ceia e rejeito tanto o memorialismo zwingliano, quanto a presença pneumática do calvinismo posterior.

Apologia bíblica

A controvérsia entre Lutero e Zwingli no colóquio de Marburgo marcou um episódio triste na história da Igreja: o afastamento entre as duas principais tradições da reforma, a evangélica e a reformada. Nesse diapasão, como brilhantemente expõe Herman Sasse, o dogma da ceia do Senhor foi o principal ponto de discórdia entre os dois reformadores, pois, de um lado, Zwingli sustentava o memorialismo, do outro, Lutero enfatizava que o pão e o vinho eram verdadeiramente o corpo e sangue de Jesus, dado para o perdão dos pecados e salvação.

Nesse ínterim, Zwingli e os reformados partiam de João 6.63 ("A carne em nada dá proveito, mas o Espírito vivifica") e da localidade do corpo de Cristo nos céus para negar que Jesus pudesse dar sua carne e seu sangue na ceia do Senhor. Por outro lado, Lutero se manteve inflexível em sustentar a doutrina da presença real com base nas palavras de instituição do sacramento, já que o próprio Zwingli concordara com ele que João 6 não se referia ao sacramento do altar, ainda não instituído. Contudo, mesmo considerando o texto trazido pelo suíço, é difícil sustentar que a carne que não traz proveito se trata da carne do próprio Jesus, pois em alguns versículos antes ele mesmo diz:

"Se vocês não comerem a carne do Filho do homem e não beberem o seu sangue, não terão vida em si mesmos. Todo o que come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue é verdadeira bebida." (João 6:53.-56)

Além disso, tal proposição afeta a própria doutrina da encarnação do Logos, a qual nos ensina que Jesus assumiu a carne, a natureza humana, para redimi-la e glorificá-la, utilizando-se da carne como instrumento para a nossa salvação. Entretanto, por mais que muitos teólogos e pais da igreja usem desse capítulo para falar sobre a ceia do Senhor, farei como Lutero e vou me ater às palavras de instituição, pois uma das regras básicas da hermenêutica é que para estabelecer um dogma bíblico deve-se, antes de tudo, consultar o que a bíblia diz diretamente sobre o assunto em questão, o que vamos chamar aqui de Regra 1. A regra 2, por seu turno, diz que não é seguro estabelecer dogmas com base apenas em textos metafóricos ou alegóricos. Com isso, se conclui que o dogma da Santa Ceia deve ser buscado primeiro nas palavras de instituição; caso contrário, se violaria a regra 1. Não obstante, caso as palavras de instituição estivessem em sentido alegórico ou metafórico, se violaria a regra 2, e a construção de uma doutrina sobre ela seria instável. Assim, conclui-se que apenas a interpretação literal das palavras de instituição se sustenta de maneira firme, o que será demonstrado a seguir.

Mateus 26.26-28: Jesus tomou o pão, deu graças, partiu-o, e o deu aos seus discípulos, dizendo: "Tomem e comam; isto é o meu corpo". Em seguida tomou o cálice, deu graças e o ofereceu aos discípulos, dizendo: "Bebam dele todos vocês. Isto é o meu sangue da aliança, que é derramado em favor de muitos, para perdão de pecados.

I Coríntios 11.23-26: Pois recebi do Senhor o que também lhes entreguei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão e, tendo dado graças, partiu-o e disse: "Isto é o meu corpo, que é dado em favor de vocês; façam isto em memória de mim". Da mesma forma, depois da ceia ele tomou o cálice e disse: "Este cálice é a nova aliança no meu sangue; façam isto, sempre que o beberem, em memória de mim".

Analisemos por partes. Jesus, ao tomar do pão, se refere a ele com o pronome demonstrativo "isto" (τοῦτό), seguido de um verbo de ligação "é" (ἐστιν) e o predicativo "o meu corpo" (σῶμά μου), indicando assim que o referente da sua fala é o pão, identificado com seu corpo. A isso, os zwinglianos objetam que "é" tem o sentido de "representar" ou "simbolizar", pois nenhum de nós diz, por exemplo, que Jesus é uma porta (Jo 10.2) ou uma videira (15.5). Respondemos com a linguística grega, a qual afirma que o tropo nunca está no verbo de ligação, de forma tácita, mas no predicativo do sujeito. Ou seja, Jesus não representa uma porta ou uma videira, Jesus É a porta e a videira, sendo "porta" e "videira" entendidos como tropos, ou figuras, isto é, a videira que, estando nós ligados, damos frutos. Todavia, o contexto das palavras de instituição não admite tropos, visto que o mestre identifica o vinho com o sangue derramado em favor de muitos. Será que o sangue pelo qual Cristo comprou a Igreja (At 20.28) não é seu sangue real, mas uma figura ou imagem do mesmo sangue? Ora, afirmar essa proposição é cair na heresia docética e negar a vera encarnação do nosso Senhor.

Ademais, como diz o teólogo evangélico Martin Chemnitz, as palavras de instituição do sacramento necessitam estar no sentido literal em virtude da natureza daquilo que é instaurado: o novo testamento. A bíblia diz que no caso de um testamento, é necessário que se comprove a morte daquele que o fez; pois um testamento só é validado no caso de morte, uma vez que não vigora enquanto está vivo aquele que o fez (Hb 9.16-17). É por essa razão que Cristo usa os termos "dado em favor de vós para o perdão dos pecados; é a nova aliança no meu sangue", afirmando que a nova aliança ou testamento (διαθήκη) é feita no seu sangue, ou seja, com a sua morte. Chemnitz argumenta, então, que as palavras de um testamento, por sua própria natureza, exigem um sentido claro e literal, pois são os termos de um pacto, a definição da herança, da nova aliança, que é o cumprimento daquilo que havia de ser revelado pela sombra do antigo testamento. Portanto, as palavras de um testamento, não podem admitir uma linguagem ambígua ou metafórica, porquanto isso significa uma mitigação do próprio pacto e a incerteza de suas promessas.

Por fim, analisemos as palavras "façam isso em memória de mim". Ao contrário do que supõem os memorialistas, a memória, no grego neotestamentário ἀνάμνησιν, não significa a recordação de um acontecimento passado ausente, mas tem a conotação de trazer ao momento aquilo que é recordado, com uma participação real daquilo que é celebrado e rememorado, tal como era entendido o memorial pascal judaico. Nesse sentido, Sasse afirma que:

"O sacramento não é apenas um meio para nos auxiliar a trazer a lembrança do passado, como um crucifixo nos ajuda a recordar Cristo ou uma festividade nos auxilia a relembrar um evento histórico (...) No sacramento, Ele nos dá o mesmo corpo que deu aos 12 discípulos na última Ceia, o verdadeiro corpo sacrificado no calvário e que ressuscitou dos mortos na Páscoa. Isso não apenas nos torna contemporâneos dele, mas nos une a ele de um modo que transcende tudo o que nós, em geral, denominamos 'lembrança'. Os séculos que nos separam de sua vida terrena e do tempo de sua morte e ressurreição desaparecem [e aquilo que é recordado se torna realidade presente para nós]."¹

Aprofundando esse conceito de ἀνάμνησιν, o professor e historiador Jaroslav Pelikan (Trad. Crist. I, pg 280) apela para o axioma do Lex Orandi Lex crendi (A forma como a igreja adora é a forma como a igreja crê) e diz: que "A igreja [primitiva] - em sua doutrina e liturgia, rememorava aquele que estava presente em sua celebração e sua experiência coletiva- foi unida ao sacrifício por meio do qual a promessa de vida eterna se tornou real." Justino, o mártir, entende a memória da mesma forma, dizendo que a congregação, no ato de lembrar, acreditava que Cristo estava realmente presente entre eles (Just. Dial. 41.1).

Outra objeção que fazem à interpretação evangélica das palavras de instituição é que se usássemos o sentido literal, o cálice, e não o vinho em si, seria o sangue de Cristo e também que os elementos são denominados pão e vinho mesmo após a consagração. A isso respondemos lembrando do recurso chamado sinédoque, segundo o qual se atribui àquilo que se demonstra o conteúdo que ela carrega. Por exemplo, dizemos "este suco de goiaba" apontando para a jarra que o contém. Quanto a denominação do pão como pão posteriormente à consagração, não há nenhum problema em denominar assim, pois não cremos, como os papistas, de que a substância do pão é destruída e transformada na substância da carne de Jesus, mas que juntamente com o pão e o vinho recebemos o corpo e o sangue de Jesus, posição essa é endossada por importantes pais da igreja como St. Irineu: "Pois da mesma forma que o pão quando recebe a consagração, não é mais pão comum, mas a eucaristia, consistindo em duas realidades, a terrena e a celestial, também nosso corpo, quando recebe a eucaristia, não é mais corruptível, mas tem a esperança da ressurreição e vida eterna." (Contra as heresias 4.18); E João damasceno: "Assim também, o pão da comunhão não é pão simples, mas pão unido à Divindade. E o corpo unido à Divindade não é uma natureza. Pelo contrário, a do corpo é uma, enquanto a da Divindade unida a ele é outra - de modo que ambas juntas não são uma natureza, mas duas" (Exposição da Fé Ortodoxa 4.13).

Assim, concluímos com S. Inácio de Antioquia, discípulo direito do apóstolo S. João, em seu argumento contra os docetas, (ep. Rom 7.3) que o pão é a verdadeira carne de Cristo, e o cálice, seu sangue. É o remédio para a imortalidade e antídoto contra a morte, que nos possibilita viver para sempre no Senhor. Desse modo, visto que a comunhão com Cristo traz o perdão de pecados, vida e salvação, cremos que ter comunhão com seu corpo e sangue no sacramento do altar nos traz o perdão e a salvação. É esse o argumento de S. Paulo em I Coríntios 10, antes de introduzir as palavras de instituição. Ele contrasta a comunhão nos sacrifícios pagãos com a comunhão na mesa do Senhor, pois "O pão que partimos não é o corpo de Cristo? E por haver um único pão, nós que somos muitos, somos um só corpo, poque participamos de um mesmo pão" (1 Co 10.16-17), enfatizando que, enquanto, a comunhão nos ritos pagãos unia os homens aos demônios idolatrados, a comunhão com o pão, que é o corpo de Cristo, une a Cristo e aos irmãos da igreja. Há aqui, um elemento de argumentação comum na cultura antiga, visto que S. Paulo apela para a crença cultural de que a refeição e o cálice significam a associação e comunhão daqueles que deles partilham. Isso é visto, por exemplo, nos ritos de casamento da época, nos quais aos noivos era dado de beber do mesmo cálice, o que significava a comunhão de ambos em uma só carne. Do mesmo modo, portanto, entendemos o cálice da nova aliança. A noiva de Cristo, a Igreja, bebe do seu cálice e participa do seu pão para, com isso, ser um com o noivo. E o que é do noivo também pertence à noiva, de modo que a comunhão trazida no sacramento do altar permite à Igreja participar de atributos da vida divina do Logos: a imortalidade, a incorruptibilidade, a santidade e a caridade.

A disputa Cristológica

Além do argumento com base em textos bílicos, respondidos no tópico anterior pelas regras da hermenêutica e exegese dos textos, Zwingli argumenta que o corpo de Jesus foi assunto aos céus, à destra de Deus, e não pode estar no céu e na terra simultaneamente, pois isso violaria o princípio do finitum no capax inifitum, o qual, segundo ele implica, que a carne de Cristo não pode participar das obras e atributos divinos. Então, ele conclui que a carne de Cristo não vivifica ou perdoa os pecados, sendo um memorial e símbolo da unidade da igreja e recordação da morte de Jesus. Os reformados posteriores, embora aceitando o princípio de zwingli e enfatizando o corpo à destra do Pai, não abraçaram a mesma conclusão e optaram por uma presença pneumática ou espiritual, na qual se predica o que é significado ao elemento material, mas que este é apenas um sinal externo, e não um meio para a graça, muito menos o próprio corpo de Cristo. Assim, eles creem que é possível receber a graça de perdão de pecados e se unir com Cristo em virtude da fé na presença espiritual de Cristo na ceia, a qual eleva as almas dos eleitos (pois Cristo, nesse sistema, só se oferece a eles) aos céus, onde podem ter comunhão com Jesus; já os não eleitos, recebem meramente o sinal externo (Confissão de Westminster, XXIX).

Quanto a primeira parte do argumento, ressalto que já interagi com ele nesse outro texto (Link), onde refuto a concepção zwingliana do finitum no capax infititum, mediante uma exposição patrística e nos textos conciliares de que a humanidade de Cristo é exaltada e participa das obras e atributos divinos, com o destaque do anátema XI de Cirilo nos documentos do concílio de Éfeso à tese nestoriana de que a carne de Cristo não vivifica. O argumento reformado de que o corpo de Cristo está nos céus à destra do Pai, e que, portanto, não pode estar em muitos altares terrenos merece um pouco mais de atenção. Primeiro, Lutero ressalta essa compreensão da destra de Deus destoa do ensinamento da igreja antiga, pois S. João de Damasco diz:

"Se dizemos que Jesus se assenta corporalmente à destra de Deus, não ensinamos uma mão direita local do Pai. Pois, como poderá aquele que não é circunscrito ter uma mão direita local? Por destra de Deus entendemos a glória e honra na qual o Filho existe como Deus consubstancial ao Pai desde a eternidade, e na qual ele agora, após se encarnar nos últimos tempos, sendo sua carne também glorificada. Pois numa só adoração ele é adorado com sua carne pela criação inteira." (De Fide ortodoxa, IV, cap 2)

Chemntiz explica que a mão direita de Deus não se refere a um local físico circunscrito, mas à posição de autoridade e majestade a qual foi elevado o Filho do Homem. Ora, se Cristo não pode sair dos céus ou de um local físico à direita do Pai, isso não é uma majestade, mas uma prisão. Por isso, Chemntiz afirma que, em virtude da união hipostática, o Cristo todo e indiviso pode estar aonde quiser e mesmo, devido ao poder divino exercido com a instrumentalidade da carne, estar inteiramente presente em cada partícula de pão em todos os altares do mundo, pois o Cristo glorificado conhece várias formas de estar presente além da presença local ou circunscrita. Como diz S. Tomás de Aquino, existe a presença local e a ilocal ou definitive, segundo a qual corpos podem estar presentes sem ocupar espaço físico, como no caso dos anjos. Dessa forma, visto que o Cristo glorificado conhece várias formas de estar presente, não dizemos que ele está localmente presente na eucaristia ou que nela praticamos um rito canibal de dilacerar sua carne. Esse comer carafanítico ou canibalesco é condenado no Epítome VII da fórmula de concórdia, a qual reafirma que a presença de Cristo não é local, mas é sacramental e milagrosa. Muitos argumentam, contudo, que a presença simultânea em vários altares dependeria de uma ubiquidade ou onipresença da humanidade de Jesus, porém, como sabiamente diz J. Gerhard, "O corpo e sangue de Cristo estão na Ceia por meio de sua presença sacramental que, propriamente falando, não depende da onipresença ou presença majestática, mas da instituição e vontade de Cristo."

Além disso, o argumento reformado vai na contramão da dinâmica da encarnação ao afirmar que os sinais externos, que simbolizam a coisa significada apreendida pela fé, elevam nossa alma aos céus para comermos espiritualmente de Cristo. Ora, a cristologia dos santos padres nos ensina que a carne de Cristo é o ponto em que a humanidade encontra a divindade. É por meio dela que nós, homens, somos unidos a Deus, pelo único mediador entre Deus e os homens, e a Ele podemos nos achegar. Por essa razão, se a carne de Jesus não estiver presente na eucaristia, esta não pode nos unir a Deus, nos trazendo o perdão e a salvação. O calvinismo posterior, a meu ver, inverte essa lógica ao afirmar que a presença espiritual de Jesus, apreendida pela fé, nos eleva para, então, participarmos do seu corpo de maneira mística, criando a estranha afirmação de que a humanidade de Jesus não pode estar no altar, mas a alma humana pode estar nos céus, enquanto o homem permanece na terra.

Por fim, respondo às reivindicações dos reformados sobre os elementos externos como símbolos, afirmando que não hesitamos em usar o termo "símbolos" ou "sinais", se entendidos da forma como a igreja antiga os entendiam. Pois com "sinal" não nos referimos a um símbolo vazio, mas algo que traz à realidade a coisa significada, isto é, traz a nós realmente o que ele significa, o Corpo e o sangue de Cristo, bem como os efeitos de sua paixão. Por mais que esses efeitos só possam ser apreendidos como bênção pela fé, a presença de Jesus nos elementos é objetiva e não depende da fé do recipiente ou do ministro que consagra, mas da promessa divina, como diz Agostinho sobre os sacramentos. Assim, tanto o justo, quanto o ímpio recebem, oralmente, da carne de Cristo, aquele para a salvação, pela fé, este para juízo, pois não discerniu o corpo, de modo que temos em verdadeira estima e temor o pão e o cálice como verdadeiros corpo e sangue de Jesus.

Conclusão

Com esses simples argumentos, exponho os motivos que me levaram a crer na presença real de Cristo na eucaristia. Essa belíssima doutrina, crida e confessada desde sempre pela igreja, é consoladora e magnífica. O próprio Senhor, de uma forma misteriosa e sublime, transcende os limites do tempo e espaço e vem até nós para nos dar do corpo entregue no calvário para a nossa salvação e do sangue vertido no madeiro para o nosso perdão. Termino aqui com um trecho da magnífica canção eucarística do doutor angélico, Adoro-te devote:

Eu vos adoro devotamente, ó Divindade escondida,

Que verdadeiramente oculta-se sob estas aparências:

A Vós, meu coração submete-se todo por inteiro,

Porque, vos contemplando, tudo desfalece.

A vista, o tato, o gosto falham com relação a Vós,

Mas, somente em vos ouvir em tudo creio.

Creio em tudo aquilo que disse o Filho de Deus:

Nada mais verdadeiro que esta Palavra de Verdade.

Ó Jesus, que velado agora vejo,

Peço que se realize aquilo que tanto desejo;

Que eu veja claramente vossa face revelada

Que eu seja feliz contemplando a vossa glória.


Referências

Herman Sasse, Isto é o meu corpo

Jaroslav Pelikan, A tradição Cristã, volume 1 e 3

J.N.D Kelly, Patrística: origem e desenvolvimento das doutrinas centrais da fé Cristã

Paulus, Os pais apostólicos

New Advent Church Fathers

Confissão de fé de Westminster

Livro de Concórdia

Mateus Magalhães
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